A série documental Adolescência, da Netflix, nos convida a mergulhar nas dores, descobertas e dilemas vividos por adolescentes reais. Ao acompanhar diferentes histórias, somos levados a refletir sobre questões como identidade, bullying, redes sociais, saúde mental e pertencimento. Para famílias com filhos autistas ou com desenvolvimento atípico, a série traz provocações importantes — e urgentes.
Como Psicóloga Infantil ABA em Curitiba, com foco em autismo e intervenção precoce, acompanho diariamente famílias que enfrentam dúvidas sobre como preparar seus filhos para essa fase tão complexa. Por isso, a série pode ser um excelente ponto de partida para conversas significativas.
Vamos destacar 4 diretrizes fundamentais que a série nos inspira a considerar:
1. Vigilância digital consciente e contínua
Vivemos na era da hiperexposição e, para adolescentes autistas, os perigos da internet podem ser ainda mais intensos. A ingenuidade social, a dificuldade de compreender ironias ou intenções ocultas e o desejo profundo de se conectar podem torná-los alvos fáceis de manipulação, grooming ou cyberbullying.
➡️ Dica prática: mantenha senhas compartilhadas, supervisione com empatia, explique os riscos, e utilize aplicativos de controle parental como aliada — e não como punição. A vigilância não precisa ser autoritária, mas sim uma ponte para o cuidado.
2. Conexão e disponibilidade emocional
Adolescentes precisam sentir que podem contar com os pais — especialmente os que vivem com autismo, que muitas vezes se sentem incompreendidos. Não basta estar presente fisicamente: é necessário escuta ativa, validação emocional e disponibilidade afetiva.
➡️ Abra espaço para conversas abertas e acolhedoras. Diga com palavras e atitudes: “Você não está sozinho(a), estou aqui por você.”
3. Desenvolvimento de habilidades emocionais e sociais
As histórias da série deixam claro o quanto é desafiador lidar com sentimentos intensos, rejeição, amizades e pertencimento. Crianças e adolescentes autistas podem precisar de ajuda especializada para desenvolver essas competências.
➡️ A Análise do Comportamento Aplicada (ABA) oferece estratégias práticas e baseadas em evidências para o ensino de habilidades sociais, autorregulação e empatia — essenciais para que o adolescente se sinta seguro e integrado.
4. Cobrança e acompanhamento de políticas antibullying nas escolas
O bullying aparece de forma recorrente nos episódios. E no caso de adolescentes autistas, os impactos podem ser ainda mais profundos e duradouros. É papel da família estar atenta ao ambiente escolar e cobrar posicionamentos firmes e políticas efetivas de proteção.
➡️ Participe das reuniões, questione práticas da escola e, se necessário, envolva um profissional que atue em parceria com a instituição. O suporte escolar é um fator de proteção crucial.
Conclusão
A adolescência é desafiadora para todos, mas pode ser ainda mais intensa para aqueles que vivem com autismo. A série Adolescência da Netflix nos mostra que, com apoio, diálogo e estratégias adequadas, é possível atravessar essa fase com mais leveza e segurança.
Se você está procurando apoio especializado em desenvolvimento infantil, habilidades sociais e intervenção ABA em Curitiba, conte comigo. Juntas(os), podemos construir caminhos de acolhimento, autonomia e pertencimento para seu filho.
📞 Entre em contato para agendar uma conversa.